Prudêncio foi ter com o Grande Mestre que, como habitualmente, o aguardava com aquele sorriso como que esculpido no rosto a picareta, assim quase do tipo, dir-se-ia, gozão.
- Grande Mestre, perdoai este Vosso servo, pois que mais uma vez vem ao vosso encontro a cheirar mal debaixo dos braços, mas em busca da iluminação, sempre em busca da iluminação.
- Dizei o que vos trás por cá meu rapaz.
- Mestre, ouvi ontem à noite no Grande Antro, um grupo de animados foliões dizerem com grande estardalhaço a uma pequena que por lá exibia os seus dotes físicos, que ela tinha um cuzinho do tipo cebola.
- Sim meu rapaz … e qual é a tua dúvida então ?
- Porquê do “tipo cebola” Mestre, que analogia se poderá fazer entre o vegetal que tão bem tempera os nossos repastos, com o cuzinho daquela mulher, que tão bem tempera os nossos sonhos ?
- Essa feliz analogia que fazes já per si é quase suficiente e esclarecedora, e dá-nos pistas sobre o verdadeiro significado do famoso ‘cuzinho do tipo cebola’.
- Dizeis, ‘famoso’ ?
- Sim meu bom rapaz, um cuzinho do tipo cebola, é aquele cuzinho que é de comer e chorar por mais.
E assim Prudêncio recebeu mais um ensinamento.
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