domingo, abril 22, 2007

das fatelas

O mundo podia ser um bocadinho de nada mais perfeito se as tipas que nunca vimos mais gordas dos chats assumissem logo que eram fatelas. Podiam logo deixar as coisas em pratos limpos. Uma boa maneira de o fazerem era desde logo dizerem algo como “olha pá antes de me perguntares o meu nome devo já advertir-te que sou um grande camafeu. Eventualmente podemos ter conversas interessantes e bem humoradas, mas é melhor que não alimentes nenhuma expectativa em relação a mim ou não fantasies coisas a respeito da minha beleza ou daquilo que me fazias ou que eu te fazia se te apanhasse a jeito, ok ?” Isto é um exemplo que deveria ser seguido, uma boa prática, conversa de um cajadão civilizado e bom entendedor da mente masculina. Quem nunca teve meia dúzia de conversas estimulantes com pequenas que se prolongaram até à parte em que elas finalmente mandam uma foto e depois sentiu náuseas ? Tanto tráfego, tanta palheta desperdiçada.

sábado, abril 21, 2007

do tipo cebola

Prudêncio foi ter com o Grande Mestre que, como habitualmente, o aguardava com aquele sorriso como que esculpido no rosto a picareta, assim quase do tipo, dir-se-ia, gozão.

- Grande Mestre, perdoai este Vosso servo, pois que mais uma vez vem ao vosso encontro a cheirar mal debaixo dos braços, mas em busca da iluminação, sempre em busca da iluminação.

- Dizei o que vos trás por cá meu rapaz.

- Mestre, ouvi ontem à noite no Grande Antro, um grupo de animados foliões dizerem com grande estardalhaço a uma pequena que por exibia os seus dotes físicos, que ela tinha um cuzinho do tipo cebola.

- Sim meu rapaz … e qual é a tua dúvida então ?

- Porquê do “tipo cebola” Mestre, que analogia se poderá fazer entre o vegetal que tão bem tempera os nossos repastos, com o cuzinho daquela mulher, que tão bem tempera os nossos sonhos ?

- Essa feliz analogia que fazes já per si é quase suficiente e esclarecedora, e dá-nos pistas sobre o verdadeiro significado do famoso ‘cuzinho do tipo cebola’.

- Dizeis, ‘famoso’ ?

- Sim meu bom rapaz, um cuzinho do tipo cebola, é aquele cuzinho que é de comer e chorar por mais.

E assim Prudêncio recebeu mais um ensinamento.

domingo, abril 15, 2007

300 não se trata de mais um filme de guerra e bestialidade ou não fosse o facto histórico que relata ser de uma heroicidade fantástica e notável. Todos temos presente que qualquer espécie de violência é aberrenta mas no filme de Zack Snyder a violência da batalha não é tornada aberração e corresponde a um impacto visual tremendo que esmaga o espectador pela positiva através de toda uma conjugação de factores e montagem de cada cena. O filme sendo representação transforma a guerra em arte de homens e em cada frame podemos vislumbrar o futuro do cinema que vive em metamorfose. No seguimento de Sin City, é a genialidade de uma nova era que está a ser. O novo culto.

sexta-feira, abril 13, 2007

de bicharel

A confirmar-se que afinal Sócrates não beneficiou de nenhum favorzinho da Independente, confirmam-se igualmente as nossas piores suspeitas: Sócrates é de facto um grande tótó! Não fez o que qualquer um no seu lugar teria feito. E não é encorajador termos um primeiro ministro assim. Sinceramente, depois de um canudo de encomenda (que feito!!) já o imaginava com sageza e jogo de cintura suficientes para ocupar altos cargos internacionais, por exemplo, ser pessoa capaz de convencer o Ahminejad do Irão a trocar as centrais nucleares por doutoramentos Honoris Causa da UNI. Até eu beneficiei dos favores daquela universidade aquando da minha breve passagem por lá. Lembro-me que para a inscrição era necessário um atestado do 12º ano. Era exigido, para ser mais exacto. Confrontado com essa inconveniência desagradável, não que não tivesse completado o secundário mas porque tal me obrigaria a deslocar à caótica secretaria da minha antiga escola, disse “mas veja lá… veja lá…” Argumentos convincentes que fizeram com que eu, um estudante anónimo, um gajo qualquer, se inscrevesse numa universidade sem atestado de habilitações. Um feito nada comparável à obtenção de uma licenciatura de aviário, eu sei, mas eu não sou político. Sócrates era político e não teve competência suficiente para aproveitar as benesses, não teve a lucidez para usufruir do compadrio que naturalmente grassa entre uma classe que também mina as universidades. Ao que parece, tudo não passou de uma sucessão infeliz e altamente improvável de um emaranhado de mal entendidos encadeados uns nos outros mas que, vá-se lá imaginar como ou porquê, aconteceram. Sócrates é de facto engenheiro. Mas tótó. Já não escapa de bocas do género “só tinha bicharelato” e só pode ser alguém que não é dotado da esperteza suficiente para governar um país como Portugal.

quarta-feira, abril 11, 2007

de mau gosto

É interessante verificar que o bombardeamento feito ao cartaz do PNR foi de tinta branca e não de tinta preta, vermelha, ou amarela. Foi branca. O que só pode significar uma coisa: alguma facção dissidente do PNR, não se revendo no conteúdo, decidiu vandalizar a mensagem. E facilmente se depreende que o primeiro alvo foi a frase “Boa viagem!”, agora ilegível. Boa viagem ?!! Quando é sabido que o desejo daquela rapaziada era que aquele aviãozinho superlotado de classe económica a levantar voo, da companhia aérea dos Palops, oxalá se espetasse contra uma alta montanha rochosa do deserto do Saará ? E que já agora, a única sobrevivente fosse a única hospedeira loira que seguia a bordo.
Ou seja, o departamento de marketing do PNR precisava definitivamente de um out-sourcing. E quanto a isso, é sabido que os brazucas são misteres… É só uma dica.
Mas não é preciso ser brazuca para fazer melhor. A mensagem teria outro impacto, por exemplo, se tivesse sido utilizado um cartaz todo branco, apenas com as palavras “Basta de” e depois à frente tantos tracinhos quantos o da palavra a adivinhar. E ao lado, o desenho de um homenzinho daqueles do jogo da forca. Naturalmente já enforcado, naturalmente com a cabeça preenchida a preto. A cabeça não podia ser só uma bolinha porque tinha de se dar uma pista à malta que atascada na rotunda do Marquês se entreteria com aquele passatempo. Apesar da solução evidente, ainda assim caberiam ali naqueles tracinhos algumas outras pertinentes palavras, bem nacionais, só para obrigar a malta a pensar e a reflectir, ou vice versa.
I m i g r a ç ã o
_ _ _ _ _ _ _ _ _
C o r r u p ç ã o
I m p o s t o s !
D e p u t a d o s
M i n i s t r o s
P o l i t i c a !
F l o r i b e l a
S ó c r a t e s !

terça-feira, março 20, 2007

Agitação capilar

De facto, o que anima a política e a democracia são situações como aquelas que se passaram à saída do “conselho nacional” do PP. Isto é que faz as pessoas renderem-se. A agitação interna destes menores do sistema político português fez com que acompanhassemos com alguma perplexidade (ou não se tratassem dos “democratas cristãos”) aos desenvolvimentos, que à hora certa iam actualizando-se com as mais diversas intervenções. Não vale de muito tentar apurar quem é ali o sovina de serviço pois tomo-os todos como farinha do mesmo saco embora confesse que nutro por Portas uma irritação profunda. É tudo uma questão de estilo, forma e conteúdo, uma combinatória de factores que desagradam profundamente e que são suficientes para desligar o televisor ou mudar de canal mal a sua imagem imaculada aparece no écran, mas esta situação foi diferente. É precisamente na tensão que advém desta luta pelo poder que as pessoas envolvidas se revelam no seu estado mais puro, no seu verdadeiro estado ali no palco real sem os arranjos cénicos do debate na televisão, ali com os nervos à flor da pele e as aparições a quente quando a noite vai longa e os cabelos desgrenhados se erguem a uma desordem contundente. É coisa que até merece ser vista, para que se acredite. Os eleitores não precisam de modelos e muito menos que os políticos sejam embaixadores do bom comportamento. Ao ponto a que chegamos, as pessoas gostariam mais que eles chamassem nomes uns aos outros mais vezes, se possível que andassem à bofetada no parlamento e que dissessem umas gaffes, como o Bush, mas à portuguesa. E essas coisas é que ficam na memória. Os portugueses não se lembram dos discursos que Guterres ou Cavaco fizeram quando eram primeiros-ministros, qualquer coisa que ficasse como o I have a dream (à portuguesa, claro), mas todos nós lembramo-nos dos cálculos ridículos do engenheiro ou da estratégia do bolo rei que o agora presidente utilizou noutros tempos para fugir às perguntas dos jornalistas. Mas se por um lado, quando aparecem na televisão certas figuras públicas que de imediato fazem soltar em nós o formigueiro no dedo suficiente para mudar de canal, por outro lado reconheço que Portugal precisa de Carrilhos, Santanas e Portas a fazerem figuras tristes nas campanhas e nos debates. É isso e essas personagens que animam a democracia e neste momento a luta política. Porque isto é tudo um tremendo circo e nesta actividade como em qualquer outraprofissionais melhores e profissionais piores, palhaços bons e palhaços secos. Exemplo de palhaço seco é Socrates. O Primeiro não tem carisma, coisa que os outros palhaços (aqueles que verdadeiramente animam) têm embora sejam o rosto duma demagogia e hipocrisia tocante.. Em relação ao CDS-PP é também tocante toda aquela paixão e solidariedade que paira no ar. Nunca antes a palavra partido se encaixou tão bem. Abram alas ao Portas. Que o partido quebre de vez.

segunda-feira, março 19, 2007

de milagre

A recente descoberta da bebé raptada numa maternidade logo após o parto, vem de novo levantar a polémica sobre a competência e a jurisdição entre Deus e as entidades de investigação criminal. A mãe da criancinha e a circundante ajuizada vizinhança rapidamente se apressou a denominar de milagre o reaparecimento da bebé, entregue durante um ano aos bons cuidados da sua raptora. Logo à priori não me parece que o facto da bebé ter aparecido ao fim daquele tempo seja motivo para se poder alegar a condição de milagre. Estou a lembrar-me daquela pequena austríaca loira que só passados mais de dez anos reapareceu sem que ninguém tivesse alegado qualquer intervenção divina no caso. A própria raptada explicou tudo tintim por tintim o que lhe tinha acontecido, o Sindroma de Estocolmo, etc, etc... Qualquer milagre corresponderá a quaisquer circunstâncias que a ciência, síndromes e a lógica humana não consigam explicar, o que claramente não se sucedeu com a jovem loira e muito menos se sucede no caso da bebé. Se a criança desaparecida há um ano aparecesse agora com o corpo da Anastacia, isso sim seria milagre sem a mais pequena dúvida. No entanto, estão já programados vários pagamentos de promessas, longas caminhadas a lugares inóspitos com santinhas lá no alto, para lhes agradecer a intercedência junto da mais alta instância, e deve sobrar também algum para o senhor prior lá da paróquia. Para esta gente, foi Deus quem salvou a bebé, Deus, o herói da fita. O que para mim é escandaloso. Pelo que me foi dado a conhecer pela comunicação social, facilmente se depreende que Ele não teve nada a ver com o assunto. É de todo injusto estar-se a atribuir mérito a Deus quando afinal foi até fruto da sua negligência e quiçá incompetência, que se verificou o desaparecimento, se viu aquela prestimosa mãe privada da sua filha. Deus não assumiu com aquele recém nascido o papel protector que lhe competia, foi desplicente na sua função de vigilância, e, pior, deixou que o Diabo dê-se a ideia à raptora. Não tendo Ele nada a ver com o aparecimento, também não me parece que haja neste caso qualquer mérito das forças policiais e de investigação criminal. É sabido que andavam ás aranhas, as pistas eram poucas ou nulas por força do bem orquestrado rapto. O que permitiu realmente o aparecimento da bebé desaparecida foram de facto os bufos, a família do companheiro da raptora que deu com a língua nos dentes. Mas desenganem-se estes senhores se julgam que por isso serão promovidos ou recompensados com alguma saca de batatas ou quaisquer outra oferenda que, convenhamos, era de toda a justiça lhes fosse ofertada. Não senhor, os méritos do desvendar deste caso irão todinhos para Deus Nosso Senhor que naturalmente se remeterá a um silêncio de falsa modéstia de como quem diz “ora, ora, não foi nada, isto foi uma coisita simples”. Por isso impunha-se a formação de uma comissão de inquérito que averiguasse estes casos de forma isenta e independente, para que o mérito fosse dado a quem realmente de direito. Importa de uma vez por todas delimitar as fronteiras, onde começa e acaba um bem sucedido trabalho de investigação policial, uma bem coordenada operação de busca e salvamento, quando acontece um inusitado milagre, ou simplesmente se admitir que tudo se resolveu graças à acção de um bufo, de alguém que a dado momento se chibou! Já era altura de se seguirem as boas práticas lá de fora, onde se valoriza o papel de bufo (veja-se as recompensas que o FBI dá a quem denuncie o paradeiro de perigosos malfeitores). Já era tempo de por cá se requalificar a imagem do bufo como peça fundamental na resolução de grandes mistérios. A história da humanidade tem-se desenvolvido muito por acção dos bufos. Veja-se a captura de Saddam Hussein. Milagre duma joint-venture de Deus e Alá? Mérito dos marines ? Não, um bufo que se chibou! Deve ter sido como se lhe tivesse saído os euromilhões!

sexta-feira, março 16, 2007

num esgar de palavra qualquer

Fala-vos alguém com sangue duma espécie qualquer a correr por dentro de entre veias e vasos cheios. Ocorrem-me muitas palavras neste momento tão solene, qual tomada de posse de um qualquer cargo, mas encontro-me ainda de certa forma esmagado pela velocidade escaldante com que me pus a devorar num repente nostálgico este rasgo de genialidade do Canibal dos Mão Morta. De todos nós, que vamos arrastando nossos cadáveres de carcassas desfiguradas por entre o trânsito do fim da tarde, ele atinge o melhor vómito de todos e é sem dúvida um dos maiores poetas do submundo literário considerado imundo aos olhos dos literários e outros vultos, vulgos escritores. Poesia de desespero maldito sob uma visão de vício e neons povoados pelo negro a cores e pelo psicadélico das emoções e gritos. Tem algo de sofrido mas profundamente genial. Eu tive um blog mas digo-vos o que falhou. O que falhou foi o marasmo do mesmo sítio, sempre o mesmo no mesmo ritmo. Faltou também alguém que chegasse ali e amandasse o tal vómito ou eu próprio querer dar esse contributo poderoso à vista de quem passa e e que vai ficando até mais ver umas outras linhas de algum progresso culto-literário. Mas eu cheguei a um ponto em que não me vi e nem me revi no espaço dos feedbacks com opiniões que se tornaram senso comum e opinião tão feita e quase automática aos olhos daquele que aspira a ser algo mais do que um simples Ele com nome e com uma poesia de letras mais ou menos afirmadas pelas palavras dos outros. Poderá ter enchido o ego em alguns momentos mas não a alma e ambos são alimentados na essência através dos vómitos que nós próprios soltamos para fora e sobre nós mesmos e até daqueles que engolimos quando pensamos que podemos vir a sujar alguma coisa, o que é puro engano. Vómitos podem muitas vezes limpar os enganos. Poder-se-á soltar o génio. Foi isso que fiz. Não através de vómitos mas através de enredos de palavras e conjugações ideais de forma a criar uma composição adequada àquilo que achava ser os meus padrões e parâmetros de exigência e preenchimento da alma. Num certo plano e nível, tais exercicios continuam a ser muito importantes para a descoberta de um eu e tais trilhos continuo a traçar mas mais em solidão e em divórcio com este outro mundo, porque a haver um espaço certo para se ler e ter a poesia será nos livros ou em canções ou nos desertos de silêncio e voz de declamação. A beleza de tais composições não pactua com o lugar vulgar de sensação que a internet oferece sob todos os planos. Existem algumas excepções, alguns casos em que a internet pode ser um espaço previligiado na divulgaçao e mostra de algumas coisas bem interessantes. Por agora e por aqui, mostrar-se-á então, a espécie.

Alguém se balança E há mesmo alguém que dança...”

terça-feira, março 13, 2007

de urinol

Estava eu num urinol quando me apercebi que nunca uma história começou assim com “Estava eu num urinol quando...”. O urinol como ponto de chegada aflitiva e aliviada partida tem sido um local continuadamente menosprezado nos blogues e na literatura. Já do ponto de vista cinematográfico, embora nunca ali tenha sido filmado um primeiro take, não haverá ninguém que não se lembre de uma qualquer cena de porrada dentro duma casa de banho pública, geralmente culminada com muito azulejo e loiça sanitária partida. Quem não retém na memória inolvidáveis cenas de fulanos a mergulharem a cabeça de outros fulanos com menor compleição fisica dentro duma sanita, ou aquelas partes onde se vê os pezinhos dos fulanos descansados da vida por debaixo daquelas portas à meia canela e depois são alvejados a sangue frio... Uma porta de WC cravejada de balas, é sempre uma imagem forte! A indiferença intelectual e a violência cinematográfica contrastantes, e o ponto de encontro de desejos expressado nas mensagens que são deixadas por detrás das portas dos WC’s das estações de serviço onde não raras as vezes se podem ler missivas do tipo “liga-me, quero que me partas a bilha toda” ou “como-te a ti e à tua mulher” e por aí fora. O urinol actual tem uma função social bastante diferente do urinol público dos Romanos, então local de sadio convívio. Enquanto defecavam e urinavam ao lado uns dos outros, os Romanos punham a conversa em dia, debatiam os temas da actualidade, ou seja, preenchiam aquele tempo confraternizando com o parceiro do lado, enquanto não se inventava a bica. Actualmente, além de locais de afixação de pequenos anúncios, os urinóis são locais sepulcrais, onde por breves instantes o Homem está entregue apenas a si mesmo, encerrado num metro quadrado de espaço, ou de pé fixando as juntas dos azulejos perfilados à sua frente. Momentos feitos de imobilidade, silêncio, introspecção, bolinhas de naftalina, barulhos de autoclismo e de gestos já tão mecanizados que raramente se olha para baixo ou para o que quer que seja. Lembro-me de quando andava na tropa, para que todos estivessem perfilados numa formatura sem se mexerem, de vez em quando dizia aos camaradas do pelotão para que se imaginassem a mijar uns ao lado dos outros... E resultava! Numa situação dessas, porque é assim que os urinóis estão dispostos, lado a lado, peito para fora, ombros para trás, jamais se olha para o tipo do lado. Fazê-lo é simplesmente um dos gestos mais gays que se possa imaginar fazer. Para já não falar em olhar na diagonal. Isso é gay e porco ao mesmo tempo. No entanto quando estamos ali, quase a fazer carga de ombro com um estranho, apesar de parecer-mos em transe, com o olhar vago fixado nas fascinantes juntas dos azulejos à nossa frente, temos a nossa visão periférica na sua máxima potência. Se o tipo do lado olhar para nós, mesmo de relance, é falta, é automaticamente detectado e imediatamente concluiremos que “este gajo deve ser paneleir*!!” abreviando ao máximo a nossa estadia. Lamentavelmente este e outros fantasmas continuam a atormentar a nossa masculinidade. O que é pena. Sabe-se lá quantos amigos e colegas de escola que há muitos anos não se vêem, já estiveram a urinar lado a lado e apenas porque não olharam para o outro, adiaram eternamente um reencontro feliz!